Obesidade mórbida impede a doação de rins. Esta é a conclusão de uma análise retrospectiva realizada por pesquisadores da Hofstra North Shore-LIJ School of Medicine e Feinstein Institute for Medical Research, nos Estados Unidos.
Dos 104 potenciais doadores vivos de rins que foram avaliados no estudo, 23 (22%) foram classificados como obesos mórbidos e apenas 3 (13%) destes eram capazes de perder peso o bastante para realizarem a doação.
De acordo com informações publicadas pelo site Eurekalert, os pacientes obesos mórbidos são geralmente excluídos como doadores de órgãos dado o risco aumentado de complicações durante a operação e desenvolvimento de doenças crônicas ligadas à obesidade (diabetes tipo 2, doença cardíaca, etc.) Os pesquisadores realizaram o presente estudo para determinar o quanto a obesidade acarreta em doações de órgãos sem sucesso, como também para analisar a frequência com que pacientes com obesidade mórbida conseguem perder peso para se tornarem doadores.
"Este estudo sugere que a obesidade mórbida é uma barreira para a doação de rim, e ainda que os pacientes obesos mórbidos tentem perder peso por meio de dietas e mudanças no estilo de vida, eles geralmente não são bem sucedidos para se tornarem candidatos à doação", diz a pesquisadora envolvida no projeto Mala Sachdeva.
"É preciso realizar mais estudos (...) para determinar a melhor forma de expandir o nosso 'pool' de doadores vivos para transplante renal. Devido à escassez de rins, devem haver esforços concretos para aumentar o 'pool' de doadores. Talvez potenciais doadores que são excluídos da doação devido ao seu elevado IMC devam participar de programas de perda de peso mais rigorosos (...) e até mesmo participar de grupos de apoio social como um meio de motivação . Algo precisa ser feito para aumentar o número de doadores vivos, mas também para tornar a doação mais segura possível para os doadores", conclui a pesquisadora.