No Brasil, 48,7% dos pacientes que apresentam sepse e 65,5% que têm choque séptico morrem nas UTIs. Os registros brasileiros são alarmantes ao serem comparados com as referências mundiais: 23,9% e 37,4%, respectivamente. Todos os anos, 220 mil pessoas morrem de sepse, enquanto, por exemplo, os acidentes de trânsito mataram, em 2008, 34,5 mil pessoas, segundo estatísticas disponíveis no Sistema de Informações.
O tema será abordado durante o III Congresso Luso-Brasileiro, que começa nesta quinta-feira (29), em João Pessoa, na Paraíba. O evento reúne brasileiros e portugueses, que vêm ao país para apresentar estudos inéditos.
" O assunto preocupa porque há uma deficiência muito grande no ensino da medicina. A terapia intensiva, não faz parte da grade curricular das faculdades" , afirma o presidente do evento e chefe médico da UTI adulto do Hospital Universitário da Universidade Federal da Paraíba, Ciro Leite Mendes.
Para ele, o grande desafio é padronizar a forma de tratar a sepse. O protocolo prevê o tratamento precoce com antibiótico e um conjunto de condutas a ser adotado logo que o paciente é internado - chamado de "pacote seis horas". A padronização, epidemiologia e novos conceitos de tratamento serão abordados durante o evento.