Pesquisadores espanhóis e dinamarqueses desenvolveram um método para estudo in vivo do metabolismo do selênio, um elemento essencial para os seres vivos. A técnica pode ajudar a esclarecer se ele possui ou não as propriedades antitumorais atribuídas a ele, mas que ainda não foram verificadas em ensaios clínicos.
O estudo foi realizado em ratos de laboratório, que receberam um rastreador metabólico estável de selênio enriquecido (77Se). Segundo Justo Giner, químico da Universidade de Oviedo, na Espanha, "isso abre caminho para transferir este método para ensaios clínicos em seres humanos, uma vez que são usados isótopos inócuos, não-radioativos ".
" Médicos do mundo inteiro recomendam suplementos de selênio para complementar a terapia tradicional contra o câncer e o vírus da Aids, mas a verdade é que os conceitos básicos destas propriedades não estão claros. Mesmo o metabolismo geral do selênio não foi completamente esclarecido", afirma Justo Giner.
Os resultados do trabalho revelam que as concentrações de selênio nas amostras biológicas de tecido, sangue e urina podem, efetivamente, ser analisadas. Portanto, as técnicas de espectrometria de massa são empregadas junto com um segundo rastreador isotópico (74Se), que ajuda a quantificar "com precisão inequívoca" quantidades infinitesimais de selênio em suas diferentes formas químicas que são distribuídas pelo corpo.
O selênio é um antioxidante e desempenha um papel importante na resposta imunitária do organismo. Entender o caminho que ele percorre desde o momento em que é administrado até quando ele é excretado pode ajudar a esclarecer o seu metabolismo e seu possível efeito protetor contra o câncer e o HIV.