O risco de morte por insuficiência cardÃaca é menor entre as mulheres do que entre os homens. É o que revela uma pesquisa publicada pela European Society of Cardiology.
Os dados mostram que os homens tiveram um risco 31% maior de morte do que as mulheres e que o gênero masculino foi fator de risco independente para a morte dentro de três anos.
Para o trabalho, os pesquisadores analisaram dados de 31 estudos aleatórios e observacionais envolvendo 28,052 homens e 13,897 mulheres com insuficiência cardÃaca crônica.
A equipe, que avaliou a sobrevivência dos participantes ao longo de três anos de seguimento, mostrou que 25,3% das mulheres e 25,7% dos homens morreram.
Quando ajustado para idade, no entanto, os resultados mostraram que os homens tiveram um risco 31% maior de morte do que as mulheres e que o gênero masculino foi fator de risco independente para a morte dentro de três anos.
Este risco maior de mortalidade associado ao sexo masculino foi de magnitude semelhante em pacientes com a capacidade do lado esquerdo do coração de bombear o sangue, conhecida como fração de ejeção, reduzida ou preservada.
Outros resultados do estudo mostraram que as mulheres com insuficiência cardÃaca crônica são, em média, mais velhas do que os homens, são mais susceptÃveis de ter um histórico de hipertensão e diabetes, mas que sua insuficiência cardÃaca é menos susceptÃvel de ter origem isquêmica, ou seja, reduzido suprimento de sangue.
"Este estudo demonstrou claramente que a sobrevivência é melhor para as mulheres com insuficiência cardÃaca do que para os homens, independentemente da fração de ejeção, idade ou outras variáveis", afirma o primeiro autor da pesquisa Manuel Martinez-Selles.
Segundo os pesquisadores, este benefÃcio de sobrevivência é inerente ao sexo feminino e há um número de possÃveis explicações para os melhores resultados em mulheres. O coração do sexo feminino parece responder a lesão de forma diferente do coração do sexo masculino. Por exemplo, as mulheres têm menos remodelação ventricular, maior preservação da função ventricular direita, e maior proteção contra arritmias ventriculares. Algumas dessas vantagens podem ser relacionadas à gravidez e a diferenças na expressão genética.