Uso contraceptivos injetáveis influenciam risco de desenvolver de vários tipos de câncer. A afirmação é de pesquisadores do National Laboratory Service (NHLS), na África do Sul, e do The Australian National University.
A equipe do estudo foi liderada por Margaret Urban e pela professora Emily Banks. Segundo elas, o estudo se baseia em pesquisas anteriores, que constataram que mulheres que usam contraceptivos orais têm um risco temporariamente maior de câncer de mama e de câncer cervical e uma diminuição do risco de câncer de ovário e de câncer do revestimento do útero.
"Nosso estudo confirma as conclusões anteriores de que o uso de contraceptivos hormonais orais está associado a um risco aumentado de câncer de mama e do colo do útero. Também mostramos pela primeira vez que o uso do contraceptivo hormonal injetável aumenta independentemente o risco de se desenvolver estes cânceres em uma extensão semelhante à dos contraceptivos orais, e que estes riscos desaparecem gradualmente com o tempo", disse Banks.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres sul-africanas que tinham utilizado recentemente um ou ambos os métodos de contracepção tiveram cerca de 1,7 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama e 1,4 vezes mais chances de desenvolver câncer cervical do que as mulheres que nunca usaram contraceptivos hormonais.
No entanto, este aumento do risco desapareceu dentro de poucos anos depois que as mulheres pararam de tomar os contraceptivos.
O estudo também apoia as descobertas anteriores de que o uso prolongado de contraceptivos hormonais está associado a um risco reduzido de câncer de ovário e do câncer do revestimento do útero.
"Mais de 60 milhões de mulheres estão usando anticoncepcionais injetáveis em todo o mundo. Estas descobertas preenchem uma importante lacuna no conhecimento, informando as escolhas das mulheres quanto aos métodos de contracepção", disse Urban.
"O aumento temporário no risco de câncer de mama e de câncer cervical e a proteção a longo prazo contra o câncer de endométrio e de ovário devem ser considerados juntamente à contracepção altamente eficaz que estes medicamentos oferecem", disse Urban.
O estudo, envolvendo mais de 3.500 mulheres negras, foi executado como parte do Estudo de Johannesburg Cancer Case Control Study, nos hospitais públicos de Joanesburgo. Entre as mulheres negras sul-africanas, os anticoncepcionais injetáveis são usados mais frequentemente do que a pílula anticoncepcional oral.
As pílulas anticoncepcionais orais contêm versões artificiais dos hormônios sexuais femininos estrogênio e progesterona, enquanto o injetável geralmente contêm apenas progesterona.