Uma pesquisa da University of Texas at Dallas está revelando uma nova informação sobre o papel de uma proteína essencial no desenvolvimento do autismo, da epilepsia e de outras desordens neurológicas. Este trabalho tem potencial para levar a novos tratamentos contra estas condições.
O estudante senior de neurociência Francisco Garcia trabalhou em estreita colaboração com o Dr. Marco Atzori, professor associado da School of Behavioral and Brain Sciences (BBS), em vários artigos que expõem as suas conclusões sobre a interleucina 6 (IL-6) e a hiper excitabilidade.
Os cientistas sabem que o estresse eleva os níveis de citocinas pró-inflamatórias (moléculas de sinalização utilizadas na comunicação intercelular) e promove condições hiper-excitáveis dentro do sistema nervoso central. Esta hiper-excitabilidade é considerada um fator de distúrbios do autismo, epilepsia e ansiedade.
Garcia e Atzori lançaram a hipótese de que a proteína IL-6 induz de forma aguda e direta a hiper-excitabilidade ao alterar o equilíbrio entre a excitação e a inibição dentro da comunicação sináptica. Em outras palavras, a IL-6 não está apenas presente quando a hiper-excitabilidade ocorre no sistema nervoso. Ela pode, na verdade, ser a causadora disso em algumas circunstâncias, disse Garcia.
A equipe de pesquisa administrou a IL-6 para o tecido cerebral de um rato e monitorou sua excitabilidade sináptica. O tecido cerebral apresentou uma excitabilidade maior do que a normal nas suas sinapses, um sintoma que pode levar a disparar sinais de forma errada na epilepsia e em outras condições.
Os pesquisadores então injetaram o sgp130-um novo medicamento que atua como bloqueador da IL-6 nos cérebros dos animais de laboratório. A substância limitou a excitabilidade e pareceu evitar as condições que levam a distúrbios neurológicos e psiquiátricos relacionados, disse Garcia.
"Esta descoberta tem o potencial de levar a eventuais novos tratamentos para a epilepsia, para os transtornos de ansiedade ou para o autismo", disse Garcia.
A próxima etapa de sua pesquisa envolverá observar como a IL-6 pode afetar o desenvolvimento de outros tipos de problemas neurológicos. Testes em humanos poderiam surgir no futuro.