Grupo de pesquisa do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC), da USP, desenvolveu um novo tratamento para depressão pós-parto que não afeta o leite materno e têm bons resultados num curto período de tempo. Por quatro semanas, as mulheres que participaram do estudo foram submetidas a estimulação magnética transcraniana (EMT). Nessa técnica, um campo magnético promove a ativação de neurônios, ou sistemas neuronais, desativados em função de diferentes patologias.
O pesquisador do IPq e psicólogo, Martin Luiz Myczkowski, desenvolveu um estudo de mestrado baseado no estudo desenvolvido no Instituto. Ele conta que dez pacientes foram estudadas. " Apesar de nossa amostra ser pequena, comparando pacientes que fizeram o tratamento com as que não fizeram, percebemos uma melhora muito grande. Uma depressão que era grave se tornou leve, ou praticamente sumiu" .
A pesquisa de Myczkowski abordou os efeitos na cognição e memória das mulheres submetidas ao tratamento. Os resultados apontaram uma melhora nos relacionamentos com a família e com o marido e na memória imediata. " A memória imediata é, por exemplo, alguém te falar o nome agora e você guardar esse nome" , explica o pesquisador. Elas melhoraram, ainda, a flexibilidade mental e cognitiva, ou seja, a agilidade mental. A atenção seletiva também melhorou. " A mãe passou a perceber melhor os detalhes, a ter uma atenção mais focada e a ter mais rapidez. Se ela tiver que fazer uma atividade para o bebê, ela vai fazer mais rápido."
O psicólogo explica que " todas essas melhoras de atividades específicas trazem um benefício espetacular, porque, além de não estar mais deprimida, a mãe tem mais confiança para cuidar filho. Essas habilidades são essenciais, assim o início da vida dessa criança vai estar mais protegido" .