O consumo de cacau pode ajudar a prevenir problemas intestinais ligados ao estresse oxidativo, incluindo o início do câncer de cólon causado por substâncias químicas.
Os resultados de um estudo realizado com animais vivos confirmaram, pela primeira vez, o efeito potencial protetor que os flavonóides do cacau têm contra a doença.
"Estando exposto a diferentes venenos na dieta, como as toxinas mutagênicas e pró-carcinógenos, o muco intestinal fica muito suscetível a patologias. Os alimentos como o cacau, que é rico em polifenóis, parecem desempenhar um papel importante na proteção contra doenças que atacam esse muco", explica a principal autora do estudo, María Ángeles Martín Arriba do Institute of Food Science and Technology and Nutrition (ICTAN).
Durante oito semanas, os autores do estudo alimentaram ratos com uma dieta rica em cacau e induziram a carcinogênese. Quatro semanas depois receber o composto químico azoximetano (OMA), o muco intestinal dos animais apresentou lesões neoplásicas pré-malignas, consideradas bons marcadores da patogênese do câncer de cólon.
Os resultados do estudo mostraram que os ratos alimentados com uma dieta rica em cacau tiveram uma redução significativa no número de lesões no cólon induzida pela substância cancerígena. Da mesma forma, houve uma melhoria em suas defesas antioxidantes endógenas e uma diminuição nos marcadores de dano oxidativo induzido pelo composto tóxico nessa célula.
Os investigadores concluem que o efeito protetor de cacau pode parar as vias de sinalização das células envolvidas na proliferação celular e, portanto na formação de tumores. Por último, os animais alimentados com a dieta rica em cacau mostraram um aumento na apoptose ou morte celular programada como um mecanismo de quimioprevenção contra o desenvolvimento da carcinogênese.
Embora mais pesquisa seja necessária para determinar quais compostos bioativos no cacau são responsáveis por esses efeitos, os autores concluem que uma dieta rica em cacau parece capaz de reduzir o estresse oxidativo induzido. A substância poderia também ter propriedades de proteção nos estágios iniciais de câncer de cólon, uma vez que reduz a formação de lesão neoplásica pré-maligna.