Tratar o câncer de ovário com a droga bevacizumab (Avastin) atrasa o desenvolvimento da doença e também pode aumentar o tempo de sobrevivência dos pacientes. É o que revela um estudo clínico internacional publicado no New England Journal of Medicine.
Os resultados mostram que a droga detém o retorno do câncer por dois meses no geral. No entanto, para as mulheres com maior risco da doença, o atraso foi de cinco a seis meses e neste grupo, os dados também indicam uma forte tendência para a melhoria da sobrevida global.
"Esta abordagem pode ser encarada como um componente importante para tratamento do câncer de ovário e de neoplasias relacionadas. Utilizamos a combinação de tratamento cirúrgico e quimioterapia citotóxica por muitos anos, mas não tínhamos visto nenhuma nova classe fundamental de tratamento há muitos anos. Avastin representa uma nova maneira para controlar a doença", afirma Robert A. Burger, do Fox Chase Cancer Center, nos Estados Unidos.
O estudo, patrocinado pelo National Cancer Institute, avaliou 1.873 pacientes com doença avançada, não tratadas previamente de 336 locais, principalmente Estados Unidos, Canadá, Coréia do Sul e Japão.
Os pacientes tinham câncer de ovário que não poderiam ser totalmente removidos com cirurgia e foram designados aleatoriamente para um entre três tratamentos.
Para os pacientes que receberam bevacizumab com quimioterapia seguido de bevacizumab por até 10 meses, a média do tempo livre de progressão do câncer foi de 14,1 meses, comparado com 10,3 meses para pacientes do grupo controle, que receberam quimioterapia com um placebo e depois continuaram a tomar um placebo. O efeito líquido foi uma redução de 28% no risco de progressão do câncer de ovário ao longo do tempo. Pacientes que receberam bevacizumab apenas com quimioterapia, e não voltaram a receber o medicamento depois, tiveram uma sobrevida livre de progressão de 11,2 meses.
A droga trabalha bloqueando os fatores de crescimento que promovem a formação de novos vasos sanguíneos em tumores, assim, deixam o câncer "passando fome".
Bevacizumab já foi aprovada pela Food and Druga Administratio (FDA) para uso contra alguns tipos de cancros do cólon, rim, pulmão e cérebro; sua aprovação acelerada para o câncer de mama metastático foi recentemente revogada pela agência.