Estudo apresentados na 14ª edição do Congresso Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), realizada em novembro, aponta que a doença pulmonar obstrutiva crônica é sub-diagnosticada no Brasil. O trabalho liderado por Flávio Ferlin Arbex avaliou os números da incidência da DPOC em pessoas encaminhadas à EPM para avaliação pré-operatória, entre 2008 e 2011.
" Foram analisados 127 pacientes, dos quais 106 apresentavam sintomas respiratórios crônicos. No entanto, somente 15% deles tinham o diagnóstico prévio de DPOC" , observa o médico.
Foram analisados idade, gênero, presença de sintomas respiratórios (tosse, expectoração, dispneia, etc), hábito e carga tabagista, diagnóstico prévio de DPOC, além de avaliados resultados de exames de função pulmonar e outros.
" Após análise retrospectiva dos pacientes encaminhados para o ambulatório pré-operatório da EPM observamos que em muitos deles os médicos não haviam pensado em DPOC, mesmo nos casos de suspeita de massa ou nódulo pulmonar" , revela o médico-residente.
Ainda de acordo com o Flávio, a falta de atenção à doença ocorre por dois motivos. Primeiro, porque o paciente tabagista não costuma buscar atendimento médico, pois acredita que a sua falta de fôlego e tosse são normais para a sua idade e consumo de cigarro. O segundo motivo está na falta de importância dada à espirometria -- um exame de triagem fundamental.
" Ao final do estudo, a nossa avaliação triplicou o diagnóstico de DPOC, presente em 44,2% dos pacientes, e não em apenas nos 15% diagnosticados previamente" , aponta.
A espirometria deve ser indicada como exame de rotina para toda a população tabagista. A DPOC é uma doença séria e o seu subdiagnóstico é grande obstáculo à boa evolução do tratamento" .