O número de casos de hanseníase passou de 26,61 pacientes a cada 100 mil habitantes em 2001 para 18,22, no ano passado, uma redução de 31,5% em dez anos, de acordo com estudo Saúde Brasil 2010. Entre 2001 a 2010, a média anual de detecção de novos casos é de 4%, e a média de cura estava em 82,3% dos casos detectados em 2010. O Ministério da Saúde atribui esses resultados à ampliação da oferta de tratamento nas unidades públicas de saúde e às melhorias na área social ocorridas no Brasil nesta última década, entre outros motivos.
Em 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a estratégia global para 2006-2010, baseada na detecção precoce de casos e garantia de oferta de tratamento com poliquimioterapia (PQT), que consiste no tratamento com as drogas dapsona, clofazimina e rifampicina. Esta medida tem sido efetiva na diminuição dos casos da hanseníase em vários países, inclusive no Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde, o melhor percentual de redução ocorreu na região Sudeste, com 45,5%, onde todos os estados, exceto Espírito Santo, alcançaram a meta de eliminação da hanseníase enquanto problema de saúde pública. Todas as regiões do País apresentam diminuição de novos casos no período de 2001 a 2010: Norte (-42,1%); Centro-Oeste (-36,6%); Sul (-30,2%); e Nordeste (-16,9%).
Em 2001, o coeficiente de detecção foi de 26,6, sendo que o maior pico foi verificado em 2003 com 29,4 por 100 mil habitantes. Dados de 2010 já mostram que o coeficiente geral de detecção está em 18,2 por 100 mil habitantes. " Estes dados vêm apresentando queda, graças às políticas de saúde que o Brasil tem adotado e também à participação dos movimentos sociais ligados a hanseníase" , explica a coordenadora adjunta do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, Magda Levantezi.
O desafio para os próximos anos, de acordo com o estudo, é eliminar ou pelo menos amenizar o preconceito relacionado à doença.