O Conselho Federal de Psicologia se manifestou contra a implantação de comunidades terapêuticas para usuários de álcool e outras drogas no país. " Nos últimos anos, tivemos uma avanço social no sentido de entender que o uso de drogas não é uma falha moral, uma decisão da pessoa. A gente entende hoje o uso abusivo de álcool e de outras drogas como uma doença e cada pessoa necessita de um projeto terapêutico singular" , explicou a representante do Conselho Federal de Psicologia, Maria Ermínia Ciliberti.
Ela lembrou que, em alguns casos registrados no Brasil, o álcool e as drogas aparecem como uma espécie de muleta, acobertando um cenário mais complexo do uso da substância. Um dos exemplos mencionados trata do consumo do crack em canaviais como uma alternativa para que os trabalhadores deem conta da longa e exaustiva jornada.
A ideia destas comunidades, segundo o coordenador nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori Kinoshita, seria implantar tais unidades dentro do SUS. O tratamento passaria a ser continuado e não mais pontual. A estratégia da pasta é investir em quatro eixos: ampliação do acesso, qualidade do tratamento, ações intersetoriais, e ações de prevenção.