Pesquisadores da Vanderbilt University, nos Estados Unidos, identificaram compostos químicos que poderiam levar a um avanço importante no tratamento de esquizofrenia.
Em uma transação anunciada essa semana, a universidade licenciou os compostos para a Karuna Pharmaceuticals, em Boston, para que sejam mais desenvolvidos e que possam ser testados em humanos.
Todas as medicações anti-psicóticas que existem atualmente atuam ligando-se aos receptores de serotonina e de dopamina no cérebro para ajudar a controlar alucinações e ilusões, mas elas fornecem pouco alívio para outros sintomas sérios, entre eles o isolamento social e a incapacidade de prestar atenção e de fazer decisões. Consequentemente, muitos pacientes têm dificuldade de manter um emprego ou de viver independentemente. Além disso, os medicamentos atuais causam efeitos colaterais graves.
Os novos compostos trabalham de uma maneira fundamentalmente diferente dos medicamentos existentes, inibindo o transportador de glicina 1 (GlyT1), uma ação que permite o funcionamento mais normal das células do cérebro envolvidas na esquizofrenia.
" O potencial destes novos compostos para melhorar os devastadores déficits social e cognitivo da esquizofrenia, que não responde aos medicamentos disponíveis atualmente, é algo muito animador" , disse o diretor do National Institute of Mental Health (NIMH), Thomas R. Insel.
Os novos compostos foram desenvolvidos por Jeffrey Conn e Craig Lindsley, co-diretores do Vanderbilt Center for Neuroscience Drug Discovery (VCNDD), e seus colegas do VCNDD.
A esquizofrenia e uma doença mental crônica e debilitante que afeta mais de 3 milhões de americanos de acordo com o NIMH e 24 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a World Health Organization. O mercado mundial de medicamentos anti-psicóticos excede 20 bilhões de dólares ao ano.