Um grupo de pesquisadores liderado pelo cientista Tetsuo Nagano, da Universidade de Tóquio, no Japão, fez um estudo sobre pigmentos fluorescentes utilizados na análise de moléculas em células vivas. No decorrer da investigação, o grupo desenvolveu um novo pigmento vermelho fluorescente, chamado por eles de Tokyo Magenta.
Em termos de pequenas moléculas orgânicas, muitos pigmentos são de bases fluorescentes, apresentando uma coloração verde. De acordo com os desenvolvedores, todos os pigmentos produzidos por eles têm diferentes comprimentos de onda e se apresentam vermelhos, laranjas ou amarelos. Pigmentos de fluoresceína estão sendo usados em pesquisas na área de biociências por serem altamente solúveis em água e terem baixa toxicidade.
O Tokyo Magenta é baseado em um pigmento fluorescente verde desenvolvido anteriormente pela equipe de Nagano. Com a substituição de átomos de oxigênio pelo silício, os estados de excitação das moléculas foram alterados, refletindo a cor vermelha. Como este pigmento é estruturalmente equivalente à fluoresceína original, pigmentos com duas cores podem ser usadas em conjunto, para analisar o movimento de várias moléculas biológicas em células vivas.
Os criadores do novo material explicam que primeira coisa feita foi atribuir a função de detectar uma enzima chamada â-galac tosidase ao pigmento vermelho. Ao desenvolver um pigmento que tem como alvo uma molécula diferente, tem sido possível diferenciar substâncias produzidas por tumores, usando o tingimento das células com as duas cores. A expectativa é que este procedimento se torne uma ferramenta para o diagnóstico patológico, permitindo saber se o câncer está ou não presente.
A equipe acredita que o uso do pigmento Tokyo Magenta permitirá a descoberta de moléculas biológicas nunca vistas anteriormente. " A partir de agora, gostaríamos de usar esta substância para desenvolver todos os tipos de sondas fluorescentes para a detecção de uma variedade de moléculas biológicas. Uma coisa que gostaríamos de fazer é usar essa nova abordagem para investigar processos complicados dentro do corpo. Além disso, como atuo na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, gostaria de usar este método para desenvolver novos fármacos de diagnóstico, para serem usados em tratamentos. Tais desenvolvimentos podem estar a décadas de distância, mas eu gostaria de começar a trabalhar neles em um futuro próximo", diz Nagano.