O encaixe das peças de tamanho nanométrico em uma estrutura determina o funcionamento de um dispositivo artificial ou até mesmo de uma célula viva. Um novo método para ajudar a entender e prever tal estrutura foi formulado a partir de uma ferramenta de imagem de última geração.
Usando um sistema de modelagem computacional, imagens bidimensionais fluorescentes e um computador de alto desempenho, seis pesquisadores liderados pelos químicos Andrew H. Marcus, da Universidade de Oregon (EUA), e Alan Aspuru-Guzik, da Universidade de Harvard (EUA), estruturaram a conformação de moléculas auto-montáveis de porfirina em uma membrana biológica.
Porfirinas são compostos orgânicos onipresentes nos seres vivos. Eles transportam cargas elétricas que podem pular de molécula para molécula e permitir a comunicação em nanoescala e a transferência de energia entre elas.
" Nossa técnica disponibiliza uma maneira viável para determinar como os objetos macromoleculares montam e formam estruturas que funcionarão em ambientes biológicos. A pesquisa fornece um meio de estudo biológico nas interações proteína-ácido nucléico", explica Marcus.
Além disso, a abordagem deve ser útil para cientistas de materiais que se esforçam para entender e aproveitar a conformação necessária de polímeros utilizados na produção de dispositivos em nanoescala. Segundo Marcos, "em biologia, as moléculas grandes se reúnem para formar estruturas muito complexas que trabalham como uma máquina".
A técnica se baseia em versões anteriores de espectroscopia bidimensional óptica (2D) que dependiam da detecção de sinais transmitidos, mas faltava a sensibilidade desejada. " A nova abordagem pode ser combinada com uma única molécula de microscopia de fluorescência para permitir a visualização das menores escalas possíveis. Com a fluorescência, pode-se ver e medir uma molécula de cada vez. Esperamos que esta abordagem nos permita olhar para todas as moléculas", destaca o químico.
Mais detalhes sobre a técnica utilizada podem ser obtidos no site da Universidade de Oregon.