Durante a videoconferência, organizada pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo (CRT), sobre a " Oportunidade para Ampliar as Estratégias de Prevenção às DST/AIDS para a População Masculina" , o ginecologista Valdir Monteiro Pinto, integrante da equipe médica do CRT, afirmou que 17% da população masculina sexualmente ativa têm ou já teve alguma DST. Segundo ele, " desses, 1 em cada 4 homens fez o tratamento inadequado porque consultou amigos ou farmacêuticos" .
O debate foi realizado para lembrar o Dia do Homem, celebrado em 15 de julho, e tratou de assuntos como os desafios do acesso do homem na rede de atenção básica, o pré-natal do homem como uma das possibilidades de prevenção à transmissão do HIV e da Sífilis e as experiências exitosas de ações de prevenção às DST/aids na população masculina.
O especialista comentou ainda que um dos fatores pelo qual o homem evita ir aos serviços de saúde é a falta de preparo dos profissionais de saúde. " Temos que estar prontos para atender esse público e deixar o paciente sempre à vontade, pois para o homem falar sobre o tema ainda é difícil" , comentou.
Valdir explicou também que o serviço deve ficar sempre atento para atender e tratar além do paciente portador de alguma DST, seus parceiros sexuais. " Apenas dessa forma podemos eliminar a doença nesta cadeia sexualmente ativa" , concluiu.
Projeto Homens
Pensando nas dificuldades em que eles têm de ir aos serviços de saúde e na falta de tempo, o Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo criou, em 2008, o Projeto Homens, que tem por objetivo incentivar a população heterossexual a se prevenir contra as DST/aids na cidade de São Paulo.
Esse projeto, de acordo com a assessora técnica do Programa Municipal, Maria Elizabeth Reis Lopes, ampliou o debate sobre a vulnerabilidade masculina e o direito do homem de ir ao serviço básico de saúde e ser atendido de acordo com a sua necessidade.
" Como temos que aproveitar a oportunidade de falar em sexo seguro com homens justamente nos locais onde eles estão, fizemos diversas ações de prevenção nos estádios de futebol" , exemplificou.
Ainda de acordo com ela, " esse tipo de abordagem possibilitou que o programa firmasse parcerias com torcidas organizadas para promover ações de prevenção em quadras de escolas de samba" , concluiu.