Ratos que habitam uma cidade do norte de Israel, conhecida pela alta concentração de poeira contaminada com amianto, têm um nível maior de mutações genéticas somáticas em comparação com ratos de outras regiões onde os níveis de amianto são mais baixos. Isto foi demonstrado em um novo estudo realizado pelos pesquisadores Rachel Ben-Shlomo e Uri Shanas. "Este estudo indica claramente que existe uma ligação entre os níveis mais elevados de amianto no ambiente e a frequência de mutações genéticas somáticas nos mamíferos", disseram os cientistas.
Estudos anteriores sobre o amianto já demonstraram que as fibras finas, que penetram no organismo por inalação ou consumo de alimentos contaminados, não só causam certos tipos de câncer, mas também mutações genéticas nas estruturas de DNA. Também se sabe que o amianto é um material que se decompõe lentamente, durante muitos anos.
Dados do Ministério Israelense da Saúde indicam um aumento no número de pacientes com câncer devido à exposição ao amianto na região da Galileia ocidental do norte de Israel. Os cientistas foram examinar se as mutações genéticas eram encontradas na população de ratos da cidade de Nahariya. Eles escolheram observar as mutações nos ratos porque as gerações são renovadas a cada três meses, para que pudessem assumir para o estudo que dezenas de gerações da população da amostra em Nahariya já haviam sido expostas às fibras.
Os ratos selvagens de dois locais serviram de amostra - um grupo que vivia perto de uma fábrica de produtos à base de amianto em Nahariya, de 1952 a 1997 e um segundo grupo de uma cidade localizada a 50 quilômetros de Nahariya onde nenhum poluente de amianto conhecido foi encontrado. As amostras foram retiradas de ambos os grupos e seis trechos de DNA foram examinados para analisar diferenças genéticas entre os grupos.
Os resultados indicaram diferenças entre o DNA dos grupos e que os ratos de Nahariya tinham níveis mais elevados de mutações genéticas somáticas. "Essas descobertas nos ensinam que o amianto, poluente e mutagênico, aumenta a frequência de mutações somáticas que, por sua vez, podem aumentar as chances de desenvolver tumores cancerosos", concluíram os pesquisadores.