O caso recente de uma mãe britânica que descobriu um tumor maligno na retina da filha de seis meses por causa de uma fotografia levou ativistas e especialistas a se mobilizarem com o objetivo de chamar a atenção dos pais para a saúde dos olhos dos filhos.
Detectar o retinoblastoma numa fotografia é simples uma vez que o olho doente apresenta um brilho branco na pupila, semelhante à catarata, causado pelo reflexo da luz do tumor na parte posterior do globo ocular. Ao contrário da cor branca, o vermelho que aparece em muitas fotografias é sinal de que as principais estruturas intraoculares (córnea, câmara anterior, íris, pupila, cristalino, humor vítreo e retina) estão transparentes e permitem refletir a cor vermelha característica da retina saudável.
O retinoblastoma é um tumor maligno da retina, causado por uma mutação na proteína Rb. Ocorre na maior parte dos casos em crianças pequenas e representa 3% dos tumores verificados em menores de quinze anos. Por ano a doença afeta uma a cada 250 mil crianças em todo o mundo.
O tumor pode aparecer em um ou em ambos os olhos. O mais frequente é a manifestação em apenas um, podendo ser casual ou hereditário. Entretanto, quando aparece nos dois olhos, o tumor é sempre hereditário e todos os filhos devem ser examinados para permitir o diagnóstico precoce. Geralmente, o retinoblastoma se limita ao globo ocular, embora possa se estender a outras zonas do crânio.
O tratamento depende da extensão do tumor. Os menores podem ser removidos com cirurgia laser, termoterapia ou crioterapia. Se o câncer for irreparável, há possibilidade de remoção do olho para cura total do retinoblastoma. Técnicas mais modernas utilizam quimioterapia intra-arterial, com medicação injetada diretamente na artéria oftálmica.
Existe também um tipo relativamente novo de quimioterapia em que os fármacos são direcionados ao olho por uma artéria na perna. Embora o método evite complicações comuns à quimioterapia tradicional, os especialistas ainda não têm certeza de que o procedimento seja eficaz.
Em caso de remoção do olho, uma prótese pode ser colocada até seis semanas após a cirurgia.