Pesquisa realizada na Sahlgrenska Academy mostra que a personalidade tem impacto direto na probabilidade de uma pessoa tomar corretamente sua medicação. Este é o primeiro grande estudo do gênero a ser publicado na revista online PLoS ONE.
O estudo foi baseado em 749 pessoas com doenças crônicas que responderam a um questionário sobre comportamento de adesão à medicação. As personalidades destes pacientes também foram avaliadas por meio de outro questionário - o dos " Cinco Grandes Fatores" (NEO-FFI), que inclui 60 declarações com cinco respostas diferentes - baseado em cinco traços de personalidade: neuroticismo, extroversão, abertura a experiências, afabilidade e consciência.
Uma pessoa que é muito influenciada pela consciência pode ser descrita como meta-orientada e estruturada. No estudo, isto se manifestou a forma como este tipo de pessoa se aproximou de sua medicação e como tiveram o cuidado de seguir a prescrição médica. Já o traço de personalidade neurótico pode significar que uma pessoa é bastante ansiosa, o que, segundo o estudo, teve impacto negativo sobre a adesão à medicação.
Os resultados mostram que altas pontuações para ambos os traços de personalidade podem levar a níveis mais baixos de adesão. A mesma tendência foi evidente com a afabilidade, que teve uma correlação positiva com a adesão à medicação. "Se a pessoa com o traço de afabilidade também teve uma pontuação baixa para a consciência, e é, portanto, menos metódica, isto parece ter um efeito negativo sobre a adesão à medicação", diz Malin Axelsson.
A explicação para isso é que pessoas com altas pontuações de consciência talvez sejam mais propensas a fazer uso correto dos medicamentos por conta de um temperamento mais estruturado. Por outro lado, aquelas com baixa pontuação para o mesmo traço de personalidade podem ser descritas como um pouco mais desestruturadas e, talvez, menos inclinadas a introduzir o remédio em sua rotina. "Ambos os tipos podem precisar de diferentes tipos de educação e /ou apoio", diz Axelsson". Assim, de acordo com o estudo, pode ser importante levar em consideração diferentes traços dominantes de personalidade ao tratar pacientes com doenças crônicas.
Os resultados de questionários de entrevistas feitos de forma semelhante poderiam ajudar as pessoas a se tornarem mais conscientes com seus medicamentos e a receber apoio personalizado e/ou educação dos profissionais de saúde".