Cientistas britânicos pretendem criar sangue artificial a partir de células-tronco de embriões. O estudo, que será coordenado pelo Serviço Nacional de Transfusão de Sangue da Escócia, deve durar três anos. De acordo com os pesquisadores, se tudo der certo, haverá uma fonte ilimitada de sangue para transfusões de emergência.
Este sangue artificial seria livre de contaminações por doenças difíceis de serem detectadas nos sangues de doadores, como o mal da vaca louca (vCJD, que é a variante humana da encefalopatia espongiforme bovina). Os pesquisadores testarão embriões humanos descartados após tratamentos de fertilização in-vitro para encontrar aqueles destinados a se desenvolver no grupo sanguíneo O-negativo, o grupo de doadores universais.
O sangue do tipo O-negativo pode ser doado para qualquer pessoa sem riscos de rejeição e é a única opção segura quando o tipo sanguíneo do paciente é desconhecido ou não pode ser determinado imediatamente. Esse tipo de sangue tem uma fonte de doadores limitada, porque somente 7% da população pertence a esse grupo.
Segundo o pediatra Carlos Alexandre Ayoub, do Centro de Criogenia Brasil, as células-tronco são a grande aposta da medicina atual, pois podem se transformar em qualquer um dos 216 tipos de células que formam o corpo humano. "Além disso, a cada dia surgem novas técnicas e aplicações para as células-tronco. Por isso a importância das pesquisas científicas para qualquer uso de células-tronco, antes do início de tratamentos em humanos", afirma Ayoub.
Hoje, tratamentos para mais de 300 doenças estão em fase final de testes, com resultados positivos e surpreendentes. No futuro espera-se reconstituir órgãos inteiros com células-tronco, não dependendo mais de transplante. "É por isso que cada vez mais casais buscam coletar e armazenar as células-tronco do cordão umbilical de seus bebês", explica o médico Carlos Ayoub.