Pesquisadores da Universidade da California, nos Estados Unidos, descobriram que versão suave e ocidentalizada da arte marcial chinesa tai chi chih ajuda os idosos a reduzirem seus níveis de depressão.
Resultados mostram que quando pesquisadores combinaram uma aula de exercícios semanais de tai chi com um tratamento padrão para a condição, eles encontraram uma melhoria no nível de depressão dos idosos, juntamente com a melhoria da qualidade de vida, melhor memória e cognição e energia em geral.
"Este é o primeiro estudo a demonstrar os benefícios do Tai Chi no tratamento da depressão mais tarde na vida, e nós fomos incentivados pelos resultados", disse a primeira autora do estudo, Helen Lavretsky. "Nós sabemos que quase dois terços dos pacientes idosos que procuram tratamento para sua depressão não obtém alívio com a medicação prescrita."
No estudo, 112 adultos de 60 anos de idade ou mais com depressão maior foram tratados com a droga escitalopram, um antidepressivo padrão, por aproximadamente quatro semanas. Entre os participantes, 73, que apresentaram apenas melhora parcial continuaram a receber a medicação diária, mas também foram aleatoriamente designados para 10 semanas de uma aula de tai chi por duas horas por semana ou uma aula de educação em saúde duas horas por semana.
Todos os participantes foram avaliados para seus níveis de depressão, ansiedade, resistência, qualidade de vida, cognição e inflamação do sistema imunitário no início do estudo e, novamente, quatro meses depois.
O nível de depressão entre cada participante foi avaliado usando uma ferramenta de diagnóstico comum conhecida como a Avaliação da Escala de Hamilton para Depressão, que envolve entrevistas individuais. As perguntas foram elaboradas para avaliar a gravidade da depressão. A nota de corte de 10/11 é geralmente considerada adequada para o diagnóstico de depressão.
Os pesquisadores descobriram que entre os participantes do tai chi, 94 % conseguiram uma pontuação inferior a 10, com 65 % tendo atingido remissão (pontuação de 6 ou menos). Em comparação, entre os participantes que receberam a educação em saúde, 77 % obtiveram pontuações de 10 ou menos, com 51 % atingindo a remissão da doença.
" Embora ambos os grupos apresentaram melhora na severidade da depressão, maiores reduções foram observadas entre aqueles que tomaram escitalopram e participaram das aulas de tai chi, uma forma de exercício que é suave o suficiente para os idosos" , observou Lavretsky.
"A depressão pode levar a sérias consequências, incluindo uma maior morbidade, incapacidade, mortalidade e aumento do custo do atendimento", afirmou Lavretsky. "Este estudo mostra que a adição de um exercício de mente-corpo, como tai chi pode melhorar os resultados do tratamento da depressão em adultos mais velhos, que também podem ter outros condições médicas co-existentes.
"Com o tai chi," ela disse, "nós podemos ser capazes de tratar essas condições, sem expô-los à medicação adicional."