Cientistas do Walter and Eliza Hall Institute, na Austrália, identificaram a população de células imunes chave responsável pela regulação da resposta imune do organismo.
A descoberta pode ter consequências abrangentes para o tratamento de doenças auto-imunes, transplantes de órgãos e câncer, e mudar a forma como a eficácia de novos medicamentos desenvolvidos é medida.
A descoberta, feita pelo pesquisador Axel Kallies, é centrada em uma população de células do sistema imunológico chamadas células T reguladoras.
As células T reguladoras (T-regs) são responsáveis pela limitação da resposta imune. Os distúrbios que diminuem a atividade T-reg podem levar a doenças auto-imunes como diabetes tipo 1 ou doença celíaca, enquanto o aumento da atividade T-reg pode suprimir o sistema imunológico, quando deveria ser ativo e matar células cancerosas ou infectadas.
Kallies disse que a equipe de investigação usou as assinaturas moleculares para identificar quais as células dentro da população de células T reguladoras são responsáveis para suprimir respostas imunes.
Os pesquisadores mostraram que o número absoluto de células T reguladoras não é tão importante quanto a presença desta população ativa de células T reguladoras.
A pesquisa mostrou que os ratos sem populações atuvas de células T-reg desenvolveram doença auto-imune inflamatória intestinal grave, que é fatal.
"Não ter essa população de células T no intestino faz com que a resposta imune se extenue e ataque as células do próprio corpo", disse ele. "A falta do fator necessário para gerar células T-reg ativas também tem sido implicada no estudo do genoma humano a nível da doença de Crohn. Assim, parece que esta população celular está fortemente ligada ao desenvolvimento da auto-imunidade", disse o pesquisador Stephen Nutt.
A equipe de pesquisa espera que re-definir o subconjunto da população ativa T-reg daria a eles a capacidade de desenvolver novas formas de aumentar ou bloquear sua atividade no organismo. "O próximo passo para a minha pesquisa é olhar para a função desta população T-reg ativa na auto-imunidade e no câncer", observou a colaboradora Erika Cretney.