Vítimas de abuso físico na infância apresentam duas vezes mais chances de desenvolver ulcerações do que pessoas que não foram abusadas quando crianças. A conclusão é de um estudo da Universidade de Toronto (U de T), Canadá.
"Nós descobrimos uma associação forte e significativa entre os indivíduos que foram abusados na infância e aqueles com diagnóstico de úlcera péptica mais tarde na vida", disse o autor Esme Fuller Thomson, professor da U de T. "Inicialmente, pensei que a ligação seria explicada por fatores como estresse, obesidade, tabagismo e abuso de álcool - características que são altamente associadas à úlcera péptica - mas, mesmo após o ajuste para dezesseis variáveis conhecidas, aquelas pessoas que foram fisicamente abusadas na infância tinham 68% maior chance de úlceras pépticas do que seus pares que não sofreram abuso".
"Estes resultados não só realçam a importância de prevenir o abuso físico na infância, eles também destacam a necessidade de mostrar aos adultos que sofreram abuso sexual na infância que eles correm riscos de apresentar resultados negativos de saúde", disse Jennifer Bottoms, co-autora do estudo.
O estudo, publicado na edição online do Journal of Interpersonal Violence, usou dados de uma amostra representativa da comunidade de 13.069 canadenses adultos. Mais de mil relataram ter sido agredidos fisicamente por alguém próximo a eles antes de completar 18 anos e 493 disseram que tinham sido diagnosticados com úlcera péptica por um profissional de saúde.