Investigadores da Mount Sinai School of Medicine, nos Estados Unidos, identificaram um gene específico que pode impulsionar a memória a longo prazo e melhorar a cognição.
Liderados por Cristina Alberini, a equipe de pesquisa avaliou como uma proteína chamada fator de crescimento semelhante à insulina II (IGF-II), um gene expresso durante o desenvolvimento cerebral que diminui com o envelhecimento, tem impacto sobre a formação e retenção de memória.
IGF-II é enriquecido no cérebro adulto em diversas áreas, incluindo o hipocampo e o córtex, que são conhecidos por serem importantes para a formação da memória.
Melhorias em ratos
Os pesquisadores injetaram a proteína no hipocampo de ratos e verificaram que o IGF-II significativamente melhorou a memória de longo prazo.
A equipe também descobriu que os níveis de IGF-II aumentaram após a aprendizagem, e que quando esse aumento foi bloqueado memórias de longa duração não puderem se formar.
"As implicações destes dados são de longo alcance e nos dá novas pistas sobre como investigar a perda de memória e o esquecimento em pessoas com déficit cognitivo, como aqueles com Alzheimer, AVC ou demência", disse Alberini.
Antes deste estudo, os pesquisadores relataram que muito pouco, ou mesmo nada, se sabia sobre o IGF-II nas funções do cérebro adulto.
Os pesquisadores testaram o impacto da injeção de IGF-II em ratos depois que eles passaram por uma aprendizagem de evasão inibitória, na qual eles aprendem a evitar uma experiência desagradável.
Eles descobriram que, comparados ao grupo controle, os ratos injetados com IGF-II tiveram uma retenção de memória muito mais forte. Além disso, os ratos mantiveram uma elevada memória durante várias semanas, enquanto o grupo controle apresentou diminuição de memória durante o mesmo período de tempo.
A equipe de pesquisa também avaliou o impacto do IGF-II em nível celular.
Eles descobriram que o IGF-II teve um impacto na potenciação de longa duração (LTP). LTP é um tipo de plasticidade sináptica, ou a mudança na força dos pontos de contato entre as células nervosas, que os pesquisadores acreditam ser crucial para a formação de memória de longa duração.
O colaborador do estudo, Robert Blitzer e sua equipe descobriram que o IGF-II promoveu LTP estável, reforço na transmissão dos sinais entre as células nervosas e manteve isso por um longo período de tempo.
"Este estudo é o primeiro passo para entender os benefícios do IGF-II," disse Alberini. "Nós identificamos alguns dos mecanismos associados a esse efeito e estamos ansiosos para continuar a estudá-los e explorar a relevância clínica do IGF-II."