A mistura de energéticos com bebidas alcoólicas se tornou comum, especialmente entre universitários, que costumam acreditar que o composto a base de cafeína irá compensar os efeitos sedativos do álcool e aumentar a agilidade e a resistência. No entanto, estudo realizado pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston (BU) em parceria com o Centro de Estudos de Álcool e Dependências da Universidade Brown, nos Estados Unidos, aponta que a adição de cafeína na mistura energético com vodca, por exemplo, não tem efeito na melhoria do desempenho em um teste de condução ou na melhoria da atenção sustentada ou tempos de reação.
De acordo coma paesquisa, parece haver pouca ou nenhum benefício a partir da adição de cafeína ao álcool, com relação à execução segura das atividades que requerem atenção sustentada com decisões rápidas e precisas.
"Os resultados deste estudo sugerem que a educação pública, via meios de comunicação e das etiquetas de aviso, devem ser considerados em relação à segurança dos OAC [cafeína bebidas alcoólicas], e que os reguladores devem analisar o consumo de bebida energética e a publicidade que se refere à promoção de expectativas relacionadas com a segurança ", observa o líder do estudo Jonathan Howland.
Atualmente, a mistura de energéticos com bebidas alcoólicas têm se tornado cada vez mais motivo de preocupação para o governo de vérios países. A Dinamarca proibiu a venda de bebidas energéticas, e os governos do Canadá e da Suécia têm emitido alertas sobre a mistura de bebidas energéticas com álcool.
Na presente pesquisa, a equipe analisou aleatoriamente 129 participantes, com idades entre 21 e 30 anos, dividindo-os em quatro grupos: um que consumiu cerveja com cafeína, um segundo que consumiu cerveja não-cafeinada e um terceiro que consumiu cafeína com cerveja sem álcool, e um quarto que consumiu cerveja não-cafeinada não-alcoólica.
Os participantes foram testados em um simulador de condução e de atenção sustentada. O teste mediu o tempo de reação 30 minutos depois de beber. Os resultados indicam que a cafeína não reduz os efeitos da deficiência de álcool. No exame de condução, o efeito do álcool sobre o desempenho foi significativo, mas a adição de cafeína não faz uma diferença notável.
"É importante que os consumidores entendem que a adição de cafeína ao álcool não aumenta a segurança", resume Howland sobre os resultados do estudo.