Estudos recentes realizados na University of Rochester Medical Center, nos Estados Unidos, sugerem novas ligações entre a deficiência de vitamina D e o câncer de mama e de cólon, particularmente entre os afro-americanos.
Os pesquisadores analisaram 224 mulheres em tratamento contra o câncer de mama e descobriram que 66 % eram severamente deficientes ou moderadamente deficientes em vitamina D.
"A deficiência foi particularmente elevada entre aquelas que não eram brancas e aquelas que estavam com a doença em estágio mais avançado", disse a pesquisadora Alissa Huston.
"Mulheres afro-americanas apresentaram os menores níveis médios de vitamina D, em comparação com as pacientes brancas ou hispânicas, embora a população do estudo tenha sido pequena. As mulheres negras podem ser propensas ao câncer de mama mais agressivo, mas não se sabe se a vitamina D desempenha um papel relevante", afirmou Huston, acrescentando que mais estudos são necessários.
Segundo a pesquisadora, os dados sugerem que certamente é importante testar os pacientes para os níveis plasmáticos de vitamina D e, se necessário, tratar a deficiência, juntamente com a doença. "Em alguns casos, altas doses de vitamina D semanalmente são necessários para trazer o paciente até níveis suficientes."
O estudo de Huston também descreveu o efeito de diferentes esquemas de suplementação de vitamina D sobre a deficiência. Doses semanais de 50 mil UI resultaram em aumentos significativos nos níveis de vitamina D para mulheres cujo status de referência foi severamente deficiente. Níveis mais baixos de vitamina D estavam associados com uma menor densidade mineral óssea da coluna e com pacientes submetidas à radioterapia.
"Atualmente, nós recomendamos um mínimo de mil UI diárias de vitamina D3 (com adição de cálcio) para nossos pacientes", disse Huston. "Mas na maioria dos casos esta dose deve ser individualizada para o nível específico do paciente."
Em um outro estudo conduzido por Kevin Fiscella, os investigadores descobriram que a deficiência de vitamina D entre os afro-americanos pode explicar por que os negros morrem de câncer colorretal com muito mais frequência que os brancos.
Em um estudo epidemiológico dos adultos americanos, entre as 91 mortes de câncer colorretal, durante o período do estudo, os investigadores avaliaram uma série de fatores que poderiam contribuir para a morte, idade, raça, tabagismo, peso, história de câncer colorretal e acesso aos cuidados de saúde através de seguros de saúde.
Os pesquisadores descobriram que o simples fato de ser afro-americano dobrou o risco de morte por câncer colorretal. Além disso, a deficiência de vitamina D com base em um exame de sangue explicou cerca de 40 % do risco associado a esses pacientes.
Estudos anteriores também mostraram que a deficiência de vitamina D pode contribuir para um maior número de mortes cardíacas e de acidente vascular cerebral entre os negros em relação aos brancos.
"Juntas, essas descobertas são muito provocantes e sugerem que a vitamina D pode explicar parcialmente duas das principais causas de morte entre os afro-americanos, onde existem grandes disparidades - cardiovasculares e câncer", concluiu Fiscella.