O Instituto Biocolon, no México, desenvolveu um antiveneno experimental contra picada de escorpião. O antiveneno administrado em hospitais estaduais mostrou resultados animadores e aguarda a aprovação do governo.
O Anascorp vem sendo testado por pesquisadores da Universidade do Arizona (UA) para verificar a segurança e a eficácia da medicação.
"Creio que o consenso entre os médicos envolvidos foi que queremos usar esta droga. Por isso, se tornou tão popular enquanto é experimental", explica Leslie Boyer, médica principal do estudo.
A droga já está disponível no México há vários anos, mas ainda precisa ser aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos. O estudo conduzido pela UA, que começou em 2004, é parte do processo de aprovação da FDA.
Até agora, os resultados mostram que a medicação diminui os efeitos do veneno rapidamente, permitindo que os pacientes retornem para casa em cerca de quatro horas, sendo evitada o pernoite em um hospital ou unidade de cuidados intensivos, disse Boyer. "Nós temos tratado cerca de 1.500 pacientes dessa forma, em todo o estado, nos últimos anos".
Cerca de 25 hospitais americanos participam do estudo, incluindo Banner Thunderbird Medical Center, em Glendale, West Valley Hospital, em Goodyear; Phoenix Children's Hospital, Chandler Regional, Mercy Gilbert e centros médicos Casa Grande, Arizona e Sudeste Medical Center, em Douglas.
Os médicos devem completar a formação e seguem um protocolo de tratamento determinado pela FDA. Os doentes devem dar o seu consentimento antes de receber o antiveneno.
A equipe ressalta, entretanto, que o processo de aprovação é longo e que os pesquisadores tentam garantir a eficácia do produto, mas que a segurança está em primeiro plano.
O medicamento foi produzido a partir do veneno do escorpião casca, um dos mais perigosos para os humanos. Estima-se que cerca de oito mil pessoas sejam picadas a cada ano, sendo mais decorrente entre as crianças.
Os adultos costumam sentir dor na região da picada, dormência, formigamento e, em alguns, é comum a visão turva. A maioria nem precisa de atenção médica, mas outros - quase sempre as crianças - necessitam de hospitalização.