Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um novo dispositivo não invasivo para medir os níveis de glicose no sangue de diabéticos utilizando a luz infravermelha.
Idealizado, pela primeira vez, pelo professor de física, Michael Feld, o aparelho usa a técnica de espectroscopia Raman, um método que identifica substâncias químicas com base na frequência das vibrações das ligações que mantém a molécula unida. A técnica pode revelar níveis de glicose simplesmente pela aproximação da luz infravermelha no braço ou no dedo do paciente, eliminando a necessidade do uso de agulhas para colher o sangue dos pacientes.
Os alunos de pós-graduação, Ishan Barman e Chae-Ryon Kong, estão desenvolvendo uma máquina de espectroscopia Raman do tamanho de um computador portátil, que pode ser usada em um consultório médico ou na casa de um paciente.
Pesquisadores no Laboratório de Espectroscopia têm tentado desenvolver esta tecnologia por cerca de 15 anos. Um dos principais obstáculos que eles têm enfrentado é que a luz infravermelha penetra apenas cerca de meio milímetro abaixo da pele, assim ela mede a quantidade de glicose no líquido que banha as células da pele (conhecido como líquido intersticial), e não no próprio sangue. Para superar isso, a equipe criou um algoritmo que relaciona as duas concentrações, o que lhes permite prever os níveis de glicose no sangue a partir da concentração de glicose no líquido intersticial.
No entanto, esta calibração se torna mais difícil imediatamente após o paciente ter comido ou bebido algo doce, porque a glicose no sangue sobe rapidamente, enquanto ela leva de cinco a 10 minutos para mostrar um aumento correspondente no líquido intersticial. Portanto, medidas de líquido intersticial não dão uma imagem fiel do que está acontecendo na corrente sanguínea.
Para resolver esse tempo de atraso, Barman e Kong desenvolveram um método de calibração novo, chamado Dynamic Concentração Correction (DCC), que incorpora a taxa de glicose que se difunde do sangue para o líquido intersticial. Em um estudo com 10 voluntários saudáveis, os pesquisadores usaram espectroscopia Raman calibrada com DCC para aumentar significativamente a precisão das medições de glicose no sangue - uma melhora média de 15 a 30 % em alguns casos.
Os pesquisadores descreveram o novo método de calibração e seus resultados na revista Analytical Chemistry. Além de Feld, Barman e Kong, os autores incluem Dasari Ramachandra Rao e Gajendra Pratap Singh.